NOSSO
SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
Dia
nacional dos cristãos leigos e leigas
A
festa de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI, em 1925, sendo assim uma
das mais recentes festas litúrgicas acrescentadas ao calendário católico. Atualmente,
com esta festa a Igreja encerra o ano litúrgico, apresentando o Cristo como “o
único Todo-poderoso” e único Senhor e Rei do universo. O contexto da terceira década do século XX era
marcado pela grande crise do mundo após a Primeira Guerra mundial e pelo
surgimento dos sistemas totalitários de poder: o Comunismo, o Nazismo e o
Fascismo, que nasceram ou se firmaram em meio à grande crise, que iria
mergulhar o mundo nos horrores da Segunda Guerra mundial. O mundo passava a ser governado por seres
monstruosos, com poderes ilimitados sobre a liberdade, os direitos, a vida e a
morte das pessoas. E a humanidade entrava por caminhos que a tornavam cada vez
menos humana. Quantos milhões de vítimas
fizeram aqueles monstros, transformando o século XX num dos tempos mais
sombrios, desumanos e violentos da história da humanidade? E o que pensar da
deterioração dos valores mais fundamentais da vida e da convivência humana, que
tem marcado a sociedade nas últimas décadas do século passado e inícios do novo
milênio?
O
mundo atual, secularizado e afastado de
Deus, mais que ateu é idólatra. Outros
deuses e senhores ocuparam e continuam a preencher o vazio deixado pelo
abandono do Deus Verdadeiro no coração das pessoas e na sociedade. O ídolo Mercado consegue cooptar e utilizar
como instrumento ideológico de convencimento e dominação mesmo as igrejas e
religiões, que se adéquam às exigências e artimanhas do ídolo maior, muitas
vezes com roupagem religiosa que mal mascara o materialismo cultuado nos novos
shopping centers, templos de espetáculos e catedrais de consumo de bens
materiais e simbólicos. O Senhor e Rei
de muita gente – de multidões – é o Mercado, que dita as regras e normas de
conduta, mesmo as pretensamente “religiosas” e, paradoxalmente, frequentemente em
nome de Jesus.
Diante
desta realidade, podemos entender o que significa reconhecer Jesus Cristo como o único Senhor e Todo-Poderoso (segunda
leitura). Que o Reino anunciado e assumido por Ele não é deste mundo, nem mesmo
semelhante a qualquer poder e domínio mundanos. Diante da pergunta de Pilatos se Ele era
realmente rei, Jesus responde com as palavras de seu juiz: “Tu o dizes: eu sou
rei”. “Todo aquele que é da verdade
escuta a minha voz”, conclui Jesus. Mas
de um reino que não é deste mundo, isto é, que não se funda na dominação, na
opressão, na desigualdade, na injustiça e na mentira, mas é um Reino da Verdade
(Evangelho), que se funda no amor e no serviço ao próximo.
O
dia da Festa de Cristo Rei é também o dia dos cristãos leigos e leigas na
Igreja. Todos, pela unção batismal, participam do reinado de Jesus. Com Ele
somos profetas, sacerdotes e reis. Que
ao reconhecê-Lo como nosso único Senhor e Rei, assumamos a nossa missão de ser
uma força transformadora no mundo, e fazer se cumprir o que pedimos ao Pai em
nossa oração de todos dia: Venha a nós o vosso Reino!
Frei Edilson Rocha, OFM
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