quinta-feira, 22 de novembro de 2012


NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
25 de novembro de 2012
Dia nacional dos cristãos leigos e leigas
                A festa de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI, em 1925, sendo assim uma das mais recentes festas litúrgicas acrescentadas ao calendário católico.   Atualmente, com esta festa a Igreja encerra o ano litúrgico, apresentando o Cristo como “o único Todo-poderoso” e único Senhor e Rei do universo.  O contexto da terceira década do século XX era marcado pela grande crise do mundo após a Primeira Guerra mundial e pelo surgimento dos sistemas totalitários de poder: o Comunismo, o Nazismo e o Fascismo, que nasceram ou se firmaram em meio à grande crise, que iria mergulhar o mundo nos horrores da Segunda Guerra mundial.  O mundo passava a ser governado por seres monstruosos, com poderes ilimitados sobre a liberdade, os direitos, a vida e a morte das pessoas. E a humanidade entrava por caminhos que a tornavam cada vez menos humana.  Quantos milhões de vítimas fizeram aqueles monstros, transformando o século XX num dos tempos mais sombrios, desumanos e violentos da história da humanidade? E o que pensar da deterioração dos valores mais fundamentais da vida e da convivência humana, que tem marcado a sociedade nas últimas décadas do século passado e inícios do novo milênio?
                O mundo atual,  secularizado e afastado de Deus, mais que ateu é idólatra.  Outros deuses e senhores ocuparam e continuam a preencher o vazio deixado pelo abandono do Deus Verdadeiro no coração das pessoas e na sociedade.  O ídolo Mercado consegue cooptar e utilizar como instrumento ideológico de convencimento e dominação mesmo as igrejas e religiões, que se adéquam às exigências e artimanhas do ídolo maior, muitas vezes com roupagem religiosa que mal mascara o materialismo cultuado nos novos shopping centers, templos de espetáculos e catedrais de consumo de bens materiais e simbólicos.  O Senhor e Rei de muita gente – de multidões – é o Mercado, que dita as regras e normas de conduta, mesmo as pretensamente “religiosas” e, paradoxalmente, frequentemente em nome de Jesus. 
                Diante desta realidade, podemos entender o que significa reconhecer Jesus Cristo como  o único Senhor e Todo-Poderoso (segunda leitura). Que o Reino anunciado e assumido por Ele não é deste mundo, nem mesmo semelhante a qualquer poder e domínio mundanos.  Diante da pergunta de Pilatos se Ele era realmente rei, Jesus responde com as palavras de seu juiz: “Tu o dizes: eu sou rei”.  “Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”, conclui Jesus.  Mas de um reino que não é deste mundo, isto é, que não se funda na dominação, na opressão, na desigualdade, na injustiça e na mentira, mas é um Reino da Verdade (Evangelho), que se funda no amor e no serviço ao próximo.  
                O dia da Festa de Cristo Rei é também o dia dos cristãos leigos e leigas na Igreja. Todos, pela unção batismal, participam do reinado de Jesus. Com Ele somos profetas, sacerdotes e reis.  Que ao reconhecê-Lo como nosso único Senhor e Rei, assumamos a nossa missão de ser uma força transformadora no mundo, e fazer se cumprir o que pedimos ao Pai em nossa oração de todos dia: Venha a nós o vosso Reino!
Frei Edilson Rocha, OFM